Do tempo da vovó

Os baús parecem peças mágicas que nunca ficam velhas. Sempre há uma maneira , uma técnica, uma bonita combinação para deixá-los atuais e ao mesmo tempo com aquele ar de sofisticação.
Para essa peça  comecei passando duas demãos de tinta na cor ocre e uma terceira demão na cor marrom. Lixei levemente para que a cor de baixo aparecesse um pouco (como fazemos na pátina). A parte interna está toda na cor marrom. Depois, usando pasta de modelagem, apliquei nos cantos do baú para imitar cantoneiras e na tampa só para dar um charme. Defini o tamanho da textura começando pelas beiradas da peça usando uma espátula pequena. Com ela puxei essa massa até o tamanho desejado e, com a ajuda de um palito de dentes, fiz movimentos aleatórios criando esses bicos e curvas. Quanto mais você movimenta, mais desenhos cria. Faça sem medo de errar. É uma delícia fazer isso! Aguardei a secagem total da pasta e no dia seguinte, com um pincel apliquei betume da Judéia líquido e, com um paninho, retirei todo o excesso do betume, deixando mesmo só nas reentrâncias (gente, será que é a chuva que está me inspirando a escrever essa palavra?). E com aquela pasta para pátina dourada que tanto amo, dourei toda a parte onde coloquei a pasta. Finalizei com cera microcristal. Adoro esse cheirinho da cera; lembra a casa da vovó.